sábado, 2 de junho de 2007

mais do conflict (us)

dia 22 de fevereiro eu fiz uma postagem sobre o conflict dos estados unidos com um link para mp3 de um xou ao vivo da banda e fiquei querendo achar as letras da banda, claro que uma pesquisa googleiana só serve para achar letras de outras bandas (inclusive do seu homônimo inglês- bem mais famoso); mas consegui o e-mail do bill c. guitarrista da banda e escrevi pra ele pedindo umas letras. ele me mandou o encarte da demo america's right, que eu disponibilizo aqui pra vocês;

pouco tempo depois disso eu ganhei um exemplar da maximum rock n' roll do mês de maio exatamente porque havia uma matéria sobre o conflict estadunidense. se tratava de uma entrevista com a vocalista karen alman e com o guitarrista bill c; a matéria se chama "the story of conflict" e tem umas fotos muito bonitas ilustrando... o tom da matéria é bem interessante, quem conta a história é um havaiano chamado lance hahn, e exatamente por isso ele começa a matéria falando da importância que (para ele) foi uma banda de hardcore com pessoas não-brancas (especialmente se tratando de estadunidenses asiáticxs- como karen e como ele mesmo);

para mim, ler essa matéria foi bem interessante, e ela chegou as minhas mãos quase junto com as letras da banda, então o sentimento que eu tinha respeito da banda se aprofundou. durante as 8 páginas da matéria dá pra ter certeza do que era apenas uma intuição ao entrar em contato com a banda pela primeira vez: o caráter político da banda.

primeiro: era uma vocalista meio asiática numa cena composta majoritariamente por caras brancos (lembrando do que garotas asiáticas representam num imaginário estadunidense, com a guerra e etc)- só isso já era suficiente pra aguçar minha curiosidade, e ter a intuição de que essas coisas apareceriam de alguma forma em suas letras, etc.
segundo: questões feministas (mesmo que de uma perspectiva ingênua) não poderiam ficar de fora das temáticas dessa banda; karen (uma lesbiana assumida) é citada como precursora tanto do movimento riot como do queercore; era uma homossexual assumida e as vezes isso aparecia em suas letras e isso em 1980...
terceiro: eram pessoas que decidiram montar uma banda sem serem azes em seus instrumentos. eu acho isso uma das coisas mais fantásticas do hardcore e acho que ela ainda vale hoje em dia; você pode com dedicação e vontade aprender um instrumento e montar uma banda interessante com coisas interessantes a dizer sem precisar ser a melhor instrumentista do mundo. isso é o encorajamento número um do f-v-m (faça-você- mesma)

o que achei mais interessante/triste de todas as coisas foi uma fala da vocalista karen (k nurse) falando que o hardcore nos eua foi se tornando cada vez mais um espaço retrógrado e dominando por uma mentalidade machista, e de senso comum - no pior sentido: ensopada da ideologia de supremacia branca, masculina, hétero- uma mentalidade refratária à crítica política que era comum no "começo" do hardcore. acho que esse tipo de risco se corre em qualquer espaço de política (e acredito que em qualquer espaço em que um grupo de pessoas conviva a política aparece de uma forma ou de outra).

então, chega de conversinha, irmãzinha, vamos ao ponto:
- você pode baixar o LP do conflict chamado Last Hour (cuja capa está ali em cima) nesse aqui.
- você pode baixar a demo america's right aqui.
- você tem encarte frente/verso da demo do conflict America's Right aqui em baixo (clicando na imagem dá pra ve-la maior)

2 comentários:

Anônimo disse...

superrrrrrrrrr
demais hehehe baixeiiii
tudinhu seria demais levar um coverzinho em ??
hehehe
juba

boredcarla disse...

ei alice,
o blog tá foda.. se eu puder ajudar de alguma forma me dá uma idéia, e tmb li aqui q vc ta pensando em fazer ele em papel tmb, se eu puder ajudar,é só me dar uma idéia. valeu
abs
carla